Talvez alguns pacientes nunca tenham se perguntado o que é um aparelho de ultrassonografia, mas todos sabem que na gravidez ele é imprescindível. O aparelho de ultrassonografia é capaz de emitir ondas sonoras e com sua vibração identificar com alguma clareza as ocorrências no crescimento e no desenvolvimento da gravidez. Mas só isso não basta, aparelhos mais modernos são capazes de fazer inúmeras formas diferentes de exame, e um dos mais importantes é o exame de “DOPPLER”. Mas o que é isso? Pra que serve? Porque na gravidez o meu médico faz questão de pedir que seja incluído no exame de ultrassonografia o estudo do “DOPPLER”?

O dispositivo de “DOPPLER”, como é chamado, é um mecanismo capaz de identificar durante o exame de ultrassonografia o movimento do sangue nos vasos sanguíneos maternos e fetais. É justamente por isso que conseguimos captar, por exemplo, o batimento do coraçãozinho do bebê, mesmo ainda muito pequeno.  Mas esse dispositivo tem ainda muitas funções, e a principal é estudar o funcionamento do fluxo de sangue “uteroplacentário” e “fetoplacentário”.

Avaliar o Fluxo Uteroplacentário significa medir a quantidade de sangue que o útero fornece para a placenta, o bebê não é capaz de respirar sozinho, afinal de contas, ele está dentre do útero, e também não é capaz de comer sozinho, por isso a mãe tem que enviar para o seu filho todo o oxigênio e todo açúcar (glicose) que ele precisa pra crescer bem. Algumas mães têm problemas com sua placenta, essa placenta não funciona direito, e por isso a quantidade de sangue que o útero consegue fornecer para o bebê fica diminuída, isso acontece principalmente nos casos de mães com hipertensão, diabetes, pré-eclampsia, fumantes..., e a partir da metade da gravidez (20 semanas) nós começamos a fazer o estudo do “DOPPLER”, e podemos separar as pacientes que têm uma gravidez com maior risco.

Já a avaliação do Fluxo Fetoplacentário é feita principalmente no terceiro trimestre da gravidez (após 27 ou 28 semanas), o aparelho consegue medir como o sangue está passando no cordão umbilical, e como ele está circulando no bebê. Assim é possível captar algum sofrimento do bebê, principalmente a falta de oxigênio. Se começar a faltar oxigênio para o bebê, muitas vezes precisamos internar a gestante e acompanhá-la com cuidado, tudo isso para diminuir o risco de um bebê prematuro ou até mesmo o risco de morte intra-útero.

O aparelho de Ultrassonografia, ou mesmo o dispositivo de DOPPLER, não são uma varinha mágica, eles não conseguem em 100% dos casos salvar os bebês, mas conseguem na imensa maioria das vezes ajudar o obstetra a salvá-los, por isso o pré-natal completo é fundamental.